terça-feira, 16 de abril de 2013

David Gordon - Mises contra Marx

Se instados a citar o principal crítico do marxismo, a maioria dos economistas simpáticos ao livre mercado iria mencionar Eugen von Böhm-Bawerk, que em seu tratado Capital and Interest (Capital e Juro) e em seu folheto Karl Marx and the Close of His System (Karl Marx e o Fim do Seu Sistema) demoliu por completo a teoria do valor-trabalho, o sustentáculo da economia marxista.

Mas a teoria do valor-trabalho é apenas uma parte do marxismo. E quanto ao resto do sistema? É aqui que se faz necessário analisar a obra do maior e melhor aluno de Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, cuja análise devastadora do marxismo é de inigualável excelência. Sua contribuição à crítica do marxismo é encontrada principalmente em dois de seus livros: Socialismo e Teoria e História.

[...]

Mises, mais vigorosamente do que qualquer outro crítico de Marx, transpôs e descortinou a essência dessa visão falaciosa. Se todo o pensamento sobre questões sociais e econômicas se baseia na questão social, o que dizer sobre o próprio sistema marxista? Se, como Marx orgulhosamente proclamava, sua intenção era explicar para a classe operária sua condição de espoliada, por que então qualquer uma de suas visões deveria ser aceita como verdadeira? Mises corretamente apontou que a visão de Marx era autorefutável: se todo pensamento social é ideológico, então a proposição marxista é em si ideológica, o que faz com que seus fundamentos já nasçam naturalmente solapados. Em sua obra Teorias Sobre a Mais-Valia, Marx não consegue conter seu escárnio em relação à "apologética" de vários economistas burgueses. Ele não percebeu que, ao escarnecer constantemente a tendenciosidade de seus economistas contemporâneos, ele estava cavando a sepultura de seu enorme trabalho de propaganda em favor do proletariado.

[...]


Nenhum comentário: